A Federação Inglesa de Futebol (FA) decidiu nesta quinta-feira (31) absolver Lucas Paquetá da acusação de tentativa de manipulação de partidas da Premier League. A Comissão Reguladora Independente concluiu que o jogador brasileiro não violou a Regra E5.1 do regulamento — que proíbe ações que influenciem o andamento de jogos com fins indevidos, como beneficiar apostas. Com isso, Paquetá está liberado para atuar e a decisão é definitiva, sem possibilidade de recurso.
Por outro lado, a comissão entendeu que houve violação da Regra F3, que exige colaboração durante investigações. Paquetá foi considerado omisso ao não responder adequadamente às perguntas e ao deixar de entregar documentos solicitados. Por esse motivo, ele será multado. O valor será divulgado em breve.
Entenda o caso
A investigação da FA focou em quatro partidas: contra Leicester City, Aston Villa, Leeds United e Bournemouth. Nessas ocasiões, entre novembro de 2022 e agosto de 2023, Paquetá recebeu cartões amarelos que levantaram suspeitas. A federação acreditava que o meia teria forçado punições para favorecer apostas feitas por terceiros.
A acusação sustentava que o atleta teria buscado, de forma intencional, ser advertido, com o objetivo de influenciar os jogos. No entanto, a comissão concluiu que não havia provas suficientes para confirmar essa intenção e encerrou o caso sem punição por manipulação.
Pronunciamento do jogador
Desde o início da apuração, Lucas Paquetá negou todas as acusações e afirmou que colaboraria com as autoridades. Após o anúncio da decisão, o jogador publicou uma mensagem de agradecimento nas redes sociais:
“Os inimigos virão contra nós por um caminho, mas por 7 caminhos fugirão. Desde o primeiro dia desta investigação, mantive minha inocência contra essas acusações gravíssimas.
Não posso dizer mais nada agora, mas também não consigo expressar o quanto sou grato a Deus e o quanto estou ansioso para voltar a jogar futebol com um sorriso no rosto.
À minha esposa que não soltou a minha mão, ao West Ham, aos torcedores que sempre me apoiaram, ao Fernando Malta e à minha equipe jurídica da Level (Alastair Campbell, Jonathan Hyman, Dan Lowen), Nick de Marco KC, e Kendrah Potts – obrigado por tudo. Toda glória e toda honra seja dada a Deus!”
West Ham manteve apoio durante todo o processo
O West Ham United acompanhou o caso de perto ao longo dos 14 meses de investigação. O clube defendeu publicamente o jogador e aguardava uma definição para saber se precisaria ir ao mercado em busca de reforços.
Com o encerramento do caso, Paquetá está apto a seguir normalmente com o time na temporada 2025/2026. Ainda assim, seu futuro permanece em aberto, já que outros clubes demonstraram interesse em sua contratação. Sem qualquer impedimento legal ou esportivo, o brasileiro está livre para negociar.
A vice-presidente do West Ham, Karren Brady, também se manifestou após a decisão:
“Estamos satisfeitos que Lucas tenha sido inocentado. Ele alegou sua inocência desde o início e, como clube, o apoiamos firmemente durante todo o processo.
Apesar da incrível pressão sobre ele, Lucas tem se destacado semana após semana pelo clube, sempre dando tudo de si.
Tem sido um momento difícil para Lucas e sua família, mas ele se manteve absolutamente profissional durante todo o processo e agora está ansioso para encerrar este episódio, assim como todos no West Ham United.”
Multa por não colaborar com a investigação
Apesar da absolvição nas acusações principais, a comissão entendeu que houve falha na colaboração do jogador durante o inquérito. Por não atender plenamente às exigências da FA — como fornecer informações e documentos —, Paquetá foi considerado em desacordo com a Regra F3 e será multado.
O valor da penalidade será divulgado nos próximos dias, mas o desfecho final permite que o atleta siga sua carreira normalmente. O processo contra ele, aberto em maio de 2024, está oficialmente encerrado.