O noticiário recente sobre o escândalo de resultados da Série B ligou um alerta para saber quais serão as ações do Estado, em especial do Legislativo, a fim de coibir práticas criminosas e regulamentar o que ainda não está previsto em lei.
O Jornal Opção publicou uma matéria com o senador, Jorge Kajuru (PSB), que colocou suas idéias sobre a criação de leis para regulamentar o mercado das apostas esportivas.
“Estou preparando um projeto de lei para ser protocolado no Senado no dia 27 que irá tratar sobre esse tema. Precisamos criar regras claras e seguras para todos os envolvidos e coibir práticas criminosas no futebol”, declarou.
O senador fala da preocupação com os patrocínios esportivos por meios das empresas de apostas, bem como os resultados das Sociedade Anônima do Futebol (SAFs) para os clubes do país, em relação aos sites de apostas operarem fora do Brasil, sem representação jurídica em nosso país.
“Eu sempre tive medo de clubes virarem empresas. Temos visto a falência de muitos clubes brasileiros de norte a sul do país. Esse tipo de parceria também precisa ser regulamentada. Precisamos ser transparentes nas cláusulas do contrato entre financiadores e clubes. Não concordo em entregar a maior parte das ações nas mãos desses empresários”, explicou.
O senador continuou opinando sobre como gostaria que fossem tratados os cartolas do futebol nacional.
“Queremos ver um futebol sem clubes endividados e sem dirigentes enriquecendo ilicitamente. Precisamos criar leis para responsabilizar gestões desastrosas no futebol. Penso que uma SAF deveria ter uma porcentagem paritária nas ações de um clube e que ela só pudesse firmar essa parceria por um tempo determinado, que não fosse maior do que 10 anos”, comentou.
Além disso, sobre a questão da tributação, Kajuru enfatiza que “deve ser justa para os dois lados”.
Já sobre os investimentos que o governo deve fazer com o dinheiro arrecado, Kajuru é enfático.
“Esses tributos devem ser revertidos para Esporte, Saúde e Educação. A Iniciação Esportiva em todo o país deve receber esse dinheiro”, destacou.
Por fim, sobre o risco de misturar essa pauta da regulação das apostas esportivas com a legalização dos jogos de azar, como bingos e cassinos, Kajuru manifestou preocupação e entusiasmo para lutar contra desvios na proposta original.
“Tenho esse temor sim, pois já vimos em um passado recente senadores indo para Las Vegas. O que precisamos é obter maioria para impedir essa tragédia. Cassino tem no mundo inteiro, mas imagina um Cassino em Pirenópolis. Quem seria o dono? Um ex-governador, criminosos ou bicheiros?”, indagou.