Segundo o Valor/Globo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou novas medidas em seu sistema de autorregulação para reforçar o combate a movimentações financeiras suspeitas. A partir de agora, os bancos deverão bloquear e encerrar imediatamente as chamadas “contas laranja” — usadas como canais para lavagem de dinheiro e golpes — e também as “contas frias” ligadas a fraudes. Além disso, instituições financeiras serão obrigadas a fechar contas de empresas de apostas online (bets) que atuem sem autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas.
Essas ações visam conter o uso do sistema bancário por organizações criminosas. As “contas laranja”, frequentemente utilizadas para movimentar recursos ilícitos, inclusive provenientes de ataques cibernéticos, e as apostas irregulares têm sido alvo crescente das autoridades e dos bancos. O tema, inclusive, foi destaque em um congresso recente sobre prevenção à lavagem de dinheiro, que reuniu representantes do setor financeiro.
De acordo com a Febraban, o principal objetivo é reforçar o compromisso das instituições financeiras com a integridade do sistema. “Estamos criando um marco no processo de depuração de relacionamentos tóxicos com clientes que alugam ou vendem suas contas e utilizam o sistema financeiro para escoar recursos de golpes, fraudes e ataques cibernéticos, além de lavar dinheiro do crime”, afirmou o presidente da entidade, Isaac Sidney.
Com as novas diretrizes, os bancos deverão adotar políticas mais rígidas e critérios próprios para identificar contas fraudulentas. A autorregulação da Febraban fará o acompanhamento desse processo e poderá exigir, a qualquer momento, provas de que as instituições estão cumprindo as determinações. O descumprimento poderá resultar em punições que vão desde advertências e ajustes de conduta até a exclusão do sistema.
Sidney também destacou que a abertura do setor bancário trouxe avanços em competitividade e eficiência, mas reforçou que a segurança e a integridade do sistema não podem ser comprometidas. “Infelizmente, estamos vendo o surgimento de instituições frágeis diante dos crimes financeiros. Quem insiste em negociar a integridade do sistema deve ser alcançado pelo braço firme do Estado e dos reguladores”, declarou.
Na mesma linha, Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, afirmou recentemente que é essencial uma integração maior entre os setores para identificar empresas que atuam de forma irregular. Segundo ele, muitas bets ilegais mantêm contas em diversas instituições de pagamento que não possuem autorização do Banco Central.
Fonte: valor.globo.com/financas









