Apesar da regulamentação do setor de apostas esportivas no Brasil, o Google decidiu manter o bloqueio a esses aplicativos na Play Store, sua loja oficial para dispositivos Android. A política atual da empresa permite apenas apps de loteria operados pela Caixa Econômica Federal e de corridas de cavalos.
Em nota enviada ao portal Estadão, a empresa afirmou: “No Brasil, as políticas do Google Play atualmente permitem apenas um grupo limitado de aplicativos de jogos de azar, como aplicativos de loteria publicados pela Caixa Econômica Federal e aplicativos de corrida de cavalos. Esta política permanece inalterada. Quaisquer alterações em nossas políticas são avaliadas cuidadosamente.”
Enquanto isso, o sistema Android continua sendo o mais utilizado no país. No ecossistema da Apple, usuários de iPhone ainda conseguem acessar aplicativos de apostas, mas a empresa não se pronunciou sobre o tema até agora.
A decisão do Google gerou críticas entre empresas do setor de apostas esportivas, que passaram a atuar legalmente no Brasil a partir de 2025. Um representante do segmento, ouvido pelo Estadão sob anonimato, classificou a política como contraditória: “O Google impede os apps na loja oficial, mas aceita anúncios desses sites em seu buscador.”
Diante da situação, a Associação Brasileira de Apostas e Fantasy Sport (ABFS) procurou o Ministério da Fazenda para solicitar apoio. A entidade argumenta que liberar os apps nas lojas oficiais ajudaria a diferenciar o mercado legal do clandestino, além de facilitar a fiscalização. Segundo o documento entregue à Fazenda, os usuários tendem a confiar mais em aplicativos disponíveis nas lojas oficiais, o que favoreceria os operadores com licença regular.
A ABFS também defende que a presença desses aplicativos nas lojas da Google e da Apple traria mais segurança aos usuários e reduziria o alcance das plataformas não autorizadas.
Desde a sanção da lei que regulamentou o setor, em dezembro de 2023, o mercado de apostas esportivas vem passando por mudanças relevantes. Em 2024, o Ministério da Fazenda publicou diretrizes detalhadas para o funcionamento das operadoras, abrindo espaço para a concessão de licenças. Mesmo com esse avanço, a Play Store continua fora do alcance das empresas legalizadas.